A época de reprodução do borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus) aproxima-se do fim nas praias galegas, mas ainda restam crias em crescimento que precisam superar as suas primeiras semanas de vida, uma das fases mais críticas para a sobrevivência da espécie.
Estas pequenas aves nascem com uma estratégia muito particular: são nidífugas, o que significa que, apenas algumas horas após a eclosão, abandonam o ninho e começam a deslocar-se seguindo os pais. A partir desse momento, dependem do seu camuflado natural e da vigilância dos adultos para se protegerem dos predadores e das múltiplas ameaças do litoral.
Um ambiente hostil em plena época turística
O mês de agosto representa um desafio adicional para estas aves. As praias, cheias de banhistas e atividades recreativas, transformam-se num espaço complexo onde cada passo das crias pode estar em risco.
O trânsito de pessoas, a presença de cães soltos, o ruído e a ocupação das dunas e zonas sensíveis aumentam consideravelmente o risco de insucesso reprodutivo.
O papel do IBERALEX
Através do projeto IBERALEX, trabalhamos em várias frentes para melhorar as probabilidades de sucesso da espécie:
- Identificação e sinalização das zonas de nidificação, reduzindo perturbações.
- Estudo da biologia e comportamento da espécie, para compreender melhor as suas necessidades.
- Sensibilização dos utilizadores das praias, porque a conservação também depende da colaboração cidadã.
💡 Como podes ajudar
A proteção do borrelho-de-coleira-interrompida requer um esforço coletivo. Pequenos gestos fazem grande diferença:
- ✔️ Respeita as zonas sinalizadas e cercadas.
- ✔️ Evita aproximar-te dos adultos e das crias.
- ✔️ Mantém os cães afastados da areia.
- ✔️ Partilha esta informação para que mais pessoas se juntem à proteção da espécie.
Um último esforço
Embora a época reprodutora esteja quase a terminar, é fundamental fazer um último esforço para garantir que as crias que ainda permanecem na areia consigam crescer e alcançar a idade adulta.
A sua sobrevivência não depende apenas delas: depende também de todos nós e da forma como utilizamos e partilhamos as praias.