No dia 19 de novembro de 2024, Santiago de Compostela acolheu o Workshop “COMO MELHORAR A GESTÃO DA BIODIVERSIDADE NO ECOSSISTEMA PRAIA: Tarefas e desafios para a administração e voluntários” organizado pela IBERALEX. Este evento reuniu técnicos de administrações públicas, ONGs, agentes ambientais e forças de segurança, gerando um documento final com propostas de gestão dirigidas às administrações competentes. Destacamos aqui os pontos mais relevantes.
Medidas a nível estatal
Uma das principais preocupações foi o impacto dos parques de estacionamento sobre as dunas, que facilitam a circulação humana em zonas sensíveis. Propõe-se:
Fechar permanentemente os acessos utilizados para estacionamento em praias-chave, como Rostro, Rio Sieira e Balieiros.
Implementar medidas de gestão do tráfego nos cordões dunares, dando prioridade às zonas protegidas como a Rede Natura 2000. Tal incluiria encerramentos simbólicos e sinais de informação em pontos específicos, com monitorização semanal para avaliar a sua eficácia.
Propostas regionais
O “Plan de Conservación da Píllara das dunas (Charadrius alexandrinus)” (DECRETO 9/2014, de 23 de janeiro) enfrenta incumprimentos significativos, como a presença de cães soltos que afectam a nidificação de aves protegidas. Para resolver esta situação, sugere-se
Proibir a entrada de cães, tanto soltos como amarrados, durante todo o ano nas praias onde esta espécie está presente.
Realizar campanhas de vigilância e sanção em colaboração com as forças de segurança, especialmente durante os períodos de nidificação.
Além disso, solicita-se que a regulamentação sobre a limpeza das praias seja modificada para dar prioridade aos métodos manuais e não aos mecanizados nas zonas protegidas.
Acções a nível local
A colaboração entre as administrações locais e regionais é fundamental. São propostas medidas específicas para os municípios:
Incluir nos regulamentos municipais a proibição de cães nas praias protegidas e a obrigação de limpeza manual.
Melhorar a formação dos agentes da polícia local em matéria de biodiversidade e de espécies protegidas.
Foi destacada a recente nidificação da espécie nas praias de Arteixo, o que evidencia a necessidade de gerir corretamente estas zonas para consolidar um núcleo estável de reprodução.
Conclusão
O documento final do seminário sublinha a importância da conjugação de esforços entre as administrações, os organismos responsáveis pela aplicação da lei e os voluntários para preservar a biodiversidade costeira. A aplicação destas medidas não só beneficiará espécies-chave como a tarambola-de-Kentish, mas também o ecossistema da praia no seu conjunto, garantindo a sua sustentabilidade a longo prazo.
Contribua para saber mais sobre estas propostas descarregando o documento que pode ser facilmente encontrado aqui.
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